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Wednesday, January 26, 2011

Solitude

Quem és tu, sentimento ardente
Que embriaga meu ser e aperta meu peito?
Quem és tu, que me invade com fúria e me põe a sofrer?
Quem és tu, cruel desolado, esquecido e tristonho
Que em lágrimas encontra o sentido de ser?
O que és, solidão?
És apenas reflexo da dor,
Ou serás tu o próprio chorar?
Por que tomas de mim o meu riso
E me furta o sol do viver?
O que queres de mim, cruel agonia?
Que de estrelas distorce o brilhar?
Que queres que eu faça
Quando no caminho contigo encontrar?

Voz Muda

Quero um jeito de mostrar que posso...
Quero uma forma de te dizer que espero
Achar uma forma de provar teus sonhos
Um meio de apagar teus medos
Encontrar uma razão para abrir meus olhos
Um motivo para olhar o nada
Quero um modo de dizer que estou aqui
Uma maneira de provar que vou sempre estar
Mas meus olhos cansados não vão acordar
E minha voz tão muda
Não pode falar.

Insônia

   Estou deitado aqui há horas esperando o sono chegar mas, acho que ele está fugindo de mim... Só pode, depois de tanto tempo!
   Nada ajuda. Ouço musicas, fecho os olhos e quando o silencio toma conta, um turbilhão de pensamentos invade minha mente, aí que não durmo mesmo! Me canso de encarar a parede e me levanto por um instante. Vou até a cozinha e abro a geladeira, olho tudo o que tem lá dentro mas não pego nada. Acabei de abrir a geladeira pra pensar... Dou uma volta pela sala, e volto à cozinha. Não tem nada de interessante lá. Tomo um pouco d´'agua e volto pra cama. Encaro a parede. Me canso. Encaro o teto. Que tédio! Cubro a cabeça pra ver se me ajuda a dormir... nossa... não consigo respirar!
   Ok. Já chega! eu me rendo. Me levanto de novo e vou até a gaveta onde "guardo" uma bagunça, pego um álbum de fotos e vou folhear. Vejo fotos novas e umas outras mais antigas e penso coisas do tipo "nossa...eu tava gordinho nessa" ou "que cabelo é esse?". Dois minutos depois eu me canso disso também. Pego meu celular e procuro na agenda alguém pra ligar mas, espera. Já são mais de 3 da manhã. Desisto.
   Vejo um caderno jogado num canto do quarto e pego quase sem notar. Abro de novo a gaveta e pego uma caneta. Olho para os dois e: "tá, agora o que?" não faço idéia do que escrever. "são três horas da manhã, por Deus! como você espera ter inspiração numa hora dessas?" (esse fui eu falando sozinho). Mas, disso eu não desisto, pego novamente a caneta, seguro-a firme entre os dedos e começo a escrever sobre a primeira coisa que me vêm a cabeça que é... bem..isso aí que você está lendo... Uma coisa assim, meio sem nexo... Até por que... são três da manhã, não estou em um bom momento pra escrever... Quero dormir.
   Ai ai, daqui a pouco, como sempre acontece em minhas insônias, minha mãe vai se levantar, vir até o meu quarto e dizer "vai dormir, menino. Variado!" (¬¬) ah tá, pode deixar, vou dormir sim. Deixa só o sono me achar.
   Olho novamente pro celular e me pergunto "por que ninguém me liga?" então me lembro: "ah,tá, é madrugada... é por isso." olho pro lado e vejo o computador... Ele parece tão convidativo... Já estou pensando em ligar. Ir pra internet fazer não sei o que mas, peraí. São três da manhã... quer saber? vou é dormir!

Monday, January 10, 2011

Como num filme triste...

   Já passava das três da manhã e ele ainda encarava o vazio do teto pensando no olhar de dor e nas lágrimas que desciam o rosto dela quando ele ousou dizer adeus. Seu coração pulsava acelerado e a dor o invadia. Ele a ama, ainda, e sente que sempre a amará mas, disse adeus. Não podia, ou não queria se perder de seus sonhos.
  Suas malas já estavam prontas e a passagem comprada, o avião sairia na manhã seguinte. Naquela noite ele não dormiu mas chorou e lembrou-se das promessas de amor eterno feitas por ambos e que agora pareciam apenas recados escritos com uma caneta falha e que o tempo se encarregaria de apagar.
   É chegada a hora. O avião decola em menos de duas horas... precisa se apressar. O aeroporto é próximo de seu apartamento, mas não queria pegar transito, nem mesmo prolongar a angústia de ficar em casa olhando as paredes. O táxi parecia passar por todos os lugares que marcaram seu romance, e isso doía. Ao chegar ao aeroporto, se dirige à sala de embarque e, novamente com o pensamento nela, se vira para tentar encontrar seu rosto escondido atrás de alguma pilar ou de um estranho qualquer mas, lembrou-se das ultimas palavras ditas por ele: "eu te amo! mas este é meu sonho. Não vá ao aeroporto. Só deixaria as coisas mais difíceis pra nós dois", triste, constatou que ela atendera seu pedido.
   Embarcou, sentou-se próximo a janela e cenas de filmes começaram a passar pela sua cabeça. Cenas em que sempre no ultimo minuto os dois mocinhos se encontram e tudo acaba bem. Mas, o avião já começava a se mover. O tempo estava acabando... pensou em se levantar, correr para a porta e sair do avião, pegar o primeiro táxi que encontrasse e ir de encontro ao abraço dela. Ao invés disso, colocou os fones de ouvido e recostou-se na poltrona fechando os olhos frente a certeza de que sua história não teria um final feliz como nos filmes...